quinta-feira, dezembro 17, 2009

Entrevista Rick Bonadio

Confira abaixo a entrevista exclusiva que Rick Bonadio concedeu ao Abril.com:
Abril.com: O que você achou da declaração do Radiohead de que não vai mais lançar discos tradicionais, apenas singles, EPs e faixas pra download? Você acha que pode virar tendência?
Rick Bonadio: Não. Acho que será uma opção de cada um que pode funcionar para poucos. Um álbum representa uma obra e não fica completa, na minha opinião, sem um conjunto mínimo de músicas que tenham um sentido. Singles e EPs podem descaracterizar os artistas e seus conceitos.
Para grandes nomes como Radiohead é fácil abrir mão do CD. Como fica para um artista em começo de carreira? Como é possível ganhar dinheiro e viver de música atualmente com o CD em crise?
Para um artista começando um CD é necessário depois de ele ter alguns hits para mostrar que tenham consistência. Serve para o artista provar que tem força de repertório e que pode seguir uma carreira. Hoje em dia os shows representam uma saída para o artista se manter e também para as gravadoras manterem o investimento nos artistas.
É fato que CD não garante a renda de um artista hoje? Qual saída você apontaria para ganhar dinheiro com música?
Em partes. O CD representa ainda uma boa parcela de receita. A saída é a diversificação do modo de se comercializar música. No celular, na venda pela internet regulamentada, nos shows, nos licenciamentos de imagem e com publicidade.
Alternativas como download remunerado da Trama ou até mesmo o Álbum Virtual da Trama são boas saídas pros artistas atualmente?
Não acredito que seja a saída, mas é muito válida a iniciativa.
A Fernanda Takai e o Pato Fu optaram pela independência para ter um maior faturamento com CD e ter o controle de suas carreiras. Você acha que pra sobreviver em meio a pirataria qualquer aumento de lucro com venda de CD é bem-vindo?
Com certeza o Patu Fu é mais uma vítima da pirataria e do download ilegal, infelizmente. Eu não acredito que eles gostariam de ser independentes. Foram levados a isso por uma situação terrível do mercado que está punindo artistas talentosos.

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