terça-feira, outubro 04, 2011

Declarações e Frustrações.


Outra vez vi o show do Red Hot Chilli Peppers na TV. Foi o show do Rock in Rio e, confesso, foi totalmente o oposto que eu havia imaginado. Em 2001 foi uma apresentação seca, sem volume, com nenhuma interação, e pior, menos de uma hora de show. Esse não, foi um tempo considerável, com clássicos e muitas, quase todas, as musicas do novo disco, que diga-se de passagem, o melhor lançamento do ano.
Mas venho aqui não para falar do show e sim de uma pequena parte que me fez relembrar alguns acontecimentos. Antes de tocarem um cover do Steve Wonder, Flea fez um solo de baixo com uma timbragem extraordinaria, uma técnica digna de Funkie Bass, alias o RHCP é a ultima banda que faz essa mescla muito bem feita, é a banda que me da orgulho em dizer que é de minha geração, assim como Nirvana.
Bom, o fato é, há um tempo atrás, se não me engano um ano, Leo Madeira e Marina Person fizeram um programa Top Dez onde criticavam os solos durante os shows. Fizeram um texto em cima do EGO dos músicos, dos quais os solos serviriam apenas para aparecerem e para mostrar o TANTO que eles sabem e dominam seus respectivos instrumentos.
Não bastando tamanha ignorância em rede nacional, terminaram o programa dizendo que o Solo de bateria era o mais insuportável, que solos de guitarra, sax e baixo tudo bem, mas bateria??? era o pior de todos e impossível de se escutar. Decepções a parte, finalizaram o programa com o solo de John Boham em "Moby Dick".
O que pensar da juventude que assiste esse canal? como estimular bons comportamentos criativos "bullinando" a própria criação individual? A partir do momento em que você tem um espaço importantíssimo no campo da comunicação, poderia ser pensado uma maneira de se estimular a criação, onde as crianças poderiam escutar seu argumento e serem aguçadas a conquistarem novos meios de criação. Ali, o que menos importa é a musicalidade.
Hoje nos deparamos com composições totalmente pobres harmonicamente, com DJs que sequer escutam as musicas antes de executadas em locais públicos e, sem comparações, não tem a curiosidade de procurar sons novos, pelo contrario, escutam nas rádios, baixam mp3, executando em seus CDJs de ultima geração.
Fico mais indignado é com a naturalidade que eles falam isso na TV. Quando criança eu esperava os solos para vibrar na musica, conhecia o bom e o mal instrumentista escutando seus solos (se isso é certo ou errado é outra historia), aprendia a escutar solos. assistia Furia Metal, Classicos MTV e Lado B.
Da-se ai a nova geração de músicos que podemos nos deparar daqui alguns anos, influenciados não por Sérgio Dias, Eric Clapton, Steve Harris, Ian Anderson, Egberto Gismonti, mas sim por Leos Madeiras, Marinas Persons, Didis, Beto Lees (que esta longe de ficar bom apesar do gene).
saudade de Fabio Massari e Gastão!
A.S.C.O.

quinta-feira, abril 14, 2011

Flavião e o Retrofuturismo e Lavoura fazem lançamento juntos no Centro Cultural Rio Verde



No dia 21 de abril de 2011, véspera do feriado da Páscoa, dois nomes da nova cena paulistana independente lançam seus novos álbuns, no Centro Cultural Rio Verde, na Vila Madalena, em São Paulo. Flávião e o Retrofuturismo apresenta "Trans" e Lavoura mostra "Nu Steps", dois álbuns que tiveram processo de composição sob o mesmo teto, o atelier La Tintota, na Barra Funda.


Flávio Lima, conhecido também como Flavião, integra o atelier de arte La Tintota ao lado do venezuelano Carlos Pedreañez e do argentino Leonardo Ceolin. No espaço da rua Camarajibe, com duas portas de ferro na entrada com pé direito alto, que mais parece uma oficina, os integrantes fazem gravuras, esculturas, compõe músicas e criam cenários para teatro, como o realizado no fim de 2010 para ópera “Rigoletto” no Theatro São Pedro, e também promovem intercâmbios com outros artistas.


Foi nesse cenário que as duas bandas, no início de 2010 resolveram juntar seus instrumentos, amplificadores, computadores e parafernálias eletrônicas para realizar uma imersão sonora, com a intenção de que essa experiência fosse a base para a composição de seus novos discos, e foi o que ocorreu. No final desse mesmo ano os grupos reuniram todo material criado e entraram em estúdio para gravar.


“Trans”, álbum de Flavião, que captura este espírito colaborativo e com sonoridades múltiplas, foi gravado e finalizado em Belo Horizonte por Leo Moraes, produtor do estúdio Patomultimidia, que colabora também com o produtor carioca Kassin.


Já "Nu Steps", do Lavoura, foi gravado e finalizado por Pipo Pigoraro, produtor paulistano que está envolvido em produções com diversos artistas da cena paulistana como Bruno Morais, Cris Scabello, Maurício Fleury, entre outros.


Ouvindo os dois discos, o mais interessante é perceber que as bandas, mesmo sendo de diferentes vertentes - uma é art rock brusuca, a outra nu jazz - apresentam referências estéticas comuns, e linguagens que se influenciam, relação mútua que vai muito além do fato das bandas terem integrantes em comum.


A noite ainda conta com a discotecagem de Tatá Aeroplano, e com as participações especiais de Marcelo Monteiro (sax e flauta) e Gil Duarte (trombone e flauta).


Ouça as bandas em:


http://www.myspace.com/retrofuturistas


http://www.myspace.com/lavoura


Conheça o atelier La Tintota:


http://www.latintota.net/



RELEASE LAVOURA


Desde sua gênese, o Lavoura dedica-se à busca por novas formas de expressar sintaxes musicais herdadas da história e da evolução e por enunciá-las com poder de conduzir seus ouvintes/participantes em direção a níveis mais profundos. Em “Nu Steps”, o quarteto partiu de jams sessions e criações coletivas para avançar em organicidade e levar suas pesquisas de hibridismo entre cultura eletrônica, jazz e música brasileira a um patamar em que nada se sobressai.


Gravado, produzido e mixado por Pipo Pegoraro no Estúdio Q, na Lapa, o trabalho traz referências de jazz modal, broken beats, dubstep, blaxplotation e do rock psicodélico. A atuação de Pipo, promissor artista solo e figura chave no movimento paulistano de música livre, foi primordial para conferir a atmosfera cinemática e a alta temperatura das faixas que compõe o trabalho.


O disco traz também a participação especial do multiinstrumentista Marcelo Monteiro, que toca sax barítono em “Highlights” e flauta em “Obliquities”.


Talvez como forma de contraponto a “Kosmophonia”, trabalho anterior, em que o conceito vinha da ficção científica e do espaço, neste álbum o grupo se inspirou em sons e imagens terrestres, de gente, cidades, máquinas, animais e meios de transportes como forma de traçar, segundo o tecladista Fernando TRZ, “psicogeografias sonoras, territórios fundidos, matas de concreto, campos de guerra e de flores”.


“Nu Steps”, quarto álbum do grupo, é fruto de “meditação sonora coletiva, imersão na arte, influências estéticas de outras linguagens como o cinema, artes plásticas, literatura, arquitetura e design”, segundo o músico e compositor.


Criado em Bauru, em 2003, o Lavoura está radicado em São Paulo desde 2005, quando assumiu a atual formação, com Caleb Mascarenhas (programações, sintetizadores), Paulo Pires (bateria, programações), Fernando TRZ (teclados, sintetizadores, programações) e Fabiano Alcântara (baixo).



RELEASE FLAVIÃO E O RETROFUTURISMO


A música do Retrofuturismo é usualmente criada no ateliê La Tintota, uma pequena garagem no coração da Barra Funda, bairro que vem se tornando o epicentro para novos artistas de São Paulo. E é estranho perceber que, com o pop, música e arte estão dissociadas de modo que é preciso de bandas dispostas a junta-las novamente. “Talvez seja um encontro de pessoas que fazem músicas livres, aproximadas pelo afeto e a criação”, conjectura Flavião.


Mineiro, de Conceição do Mato dentro, ele se une aos retrofuturistas Daniel Todeschi (The Surfmotherfukers), Caleb (Lavoura, DJ Frustrado), TRZ (Lavoura, Cérebro Eletrônico, Gil Duarte e Sistema Asimov de Som), Paulo Lima (Lavoura e Mercado de Peixe). Juntos fazem art-rock brasileiro com referências múltiplas como música eletrônica (drum and bass, house, electro, IDM), folk rock, pós-punk, entre outras.


Em seu segundo álbum, gravado pelo produtor mineiro Léo Moraes, do Studio Pato Multimídia, Flavião apresenta músicas como “Sol de Dentro”, “Verão” e “São Paulo Capital”, onde percebe-se que a sonoridade do grupo está mais “brasuca”. “Estas músicas inauguram uma nova fase do meu trabalho, que é a criação conjunta, no formato de banda, o que eu não tinha antes”, revela.


Em seu show, a banda revisita músicas do álbum anterior, quando Flavião se uniu ao parceiro Isidoro Cobra (Jumbo Elektro, Cérebro Eletrônico). Conta também com cenário criado pelos artistas Leonardo Ceolin e Carlos Pedreanez, com os quais Flavião divide o La Tintota, coletivo de artistas latino americanos.


Flavião é um satélite ligado no mundo hiper-real e um pássaro liberto. O futurismo popular tem nele um grande representante.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

50 anos de Cine Mococa.

Entrei em contato com esse vídeo atravez de atualizações de facebook!! aliás, as noticias estão sendo muito mais bem aproveitáveis vindas pelo caminho das redes sociais, um vicio que agora tá difícil de largar.
50 anos do Cinema de Mococa, e quantas vezes aquele lanterninha tirou o papel de bala da minha boca e me mandou para o fundo da sala, quantas balas chitas foram mascadas enquanto a película rolava, naquela época, em uma tela que englobava os 140° à sua frente. Eu vinha com meus pais a São Paulo e, volta e meia, íamos aos cinemas aqui, mas eram tão menores, sem aquele cheiro e sem aquela alegria interiorana que, só que morou no interior, sabe destinguir. O Céu do cinema, estrelas que nos faziam imaginar histórias e mais histórias de como aquilo foi criado, porque aquela forma de gota, os rostos desenhados, o pessoal se aglomerando na porta da frente, os domingos denominados "porta do cinema" onde aconteciam coisas que nem é bom relatar ... uma viagem inesquecivel na memoria de todo mocoquense.
E o primeiro beijo??? o cinema era o lugar dos sonhos para as crianças e pré adolescentes na época.
Em 2001 alguns mocoquenses tiveram um papel fundamental para a reestruturação do Cine Mococa, com um projeto concretizado por idealizadores, entre eles Ricardo Alemão, Marta do Espirito Santo, Zezé Lippi, Seu Monaco entra outros vários, trabalharam muito em um sistema de associação dos mocoquenses com o Cinema. Quem paga 20 reais por mês e tem 10 convites para o cinema? Inacreditável né? mas como tudo em Mococa é inacreditável. Lembro de meu irmão Gabriel empenhado nas reuniões diarias de planejamento e estabelecimento do mesmo.
Agradeço ao Guto Ruocco que permitiu o contato com esse vídeo e, assim como ele, de longe, me emocionei ao ver as emoções expressadas por aqueles que, de certa forma, viveram para o cinema da cidade.
Lembro aqui que, quando presidente da SUM 2003, o que mais fascinava as bandas e o pessoal que vinha de fora para Mococa era, exatamente, mostrar o cinema, o teatro e os casarões da cidade.
Mesmo um pouco afastado, minhas ideias e meus projetos sempre passam por lá. Seja Musica, Futebol ou qualquer outra forma de criação.
Como dito atravez de sábias palavras pelo imortal Zezé Lippi "o cinema me alimenta, é Vitamina para mim!"



A.O.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Manifestação de Artistas para afirmar o direito à livre expressão artística






Para uma cidade livre precisamos da participação de todos!



AMANHÃ - 28 de Janeiro no MASP - às 12 horas. Venha fazer arte na rua!Vamos sair para a Avenida Paulista e celebrar o direito de fazer arte nos espaços públicos!

Vamos afirmar às autoridades, com muita paz e alegria, que conhecemos nossos direitos.

Dia 28 de janeiro ao meio-dia, pegue sua arte e leve à Avenida Paulista. Tudo é bem-vindo: música, circo, teatro, dança, literatura, poesia, artes-plásticas, etc. O ato-celebração começa às 12hs e termina às 14hs, com concentração no vão-livre do MASP.

A Constituição Federal de 1988 é muito clara:

"Art. V Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

"E ainda temos ao nosso lado a Declaração Universal dos Direitos Humanos, no artigo XXVII:"

1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.

2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor.

"E é muito importante: este ato não é de repúdio e muito menos de revolta.

Por favor venham todos munidos de sua ferramenta cultural e, principalmente, de alegria. Provemos ao Estado que a cultura é fundamental para a sociedade e que sem ela tudo fica mais triste.

Se trouxermos raiva, estamos dando alimento à repressão. Não à raiva. Não à repressão. Sim à cultura com alegria!!!

Vamos aproveitar também o momento para conversar no vão-livre do MASP, trocar ideias e propostas para afirmar nossos direitos como cidadãos-artistas.

IMPORTANTE! Aos artistas que quiserem se apresentar, por favor lembrem-se de algumas responsabilidades que temos como cidadãos:

• não fechar a calçada e nem as ruas, contribuindo com o fluxo de pedestres e veículos. Não queremos acidentes e muito menos reforçar o caos desta metrópole;

• vamos fazer barulho, mas barulho gostoso e afirmativo. Canalize sua raiva: transforme em arte e mostre que faz bem pra saúde e pra cidade;

• se quiser levar chapéu para recolher doações, está totalmente no seu direito. Doação não é comércio. Mas temos que lembrar que a venda de produtos está sujeita às legislações e tributos vigentes sobre a mercadoria vendida.

E, por último, pedimos um favor, mas sem tom de repressão:

nariz de palhaço não é ferramenta de repúdio, mas de alegria. Use o nariz com consciência!



FONTA - Music News



A.O.