quinta-feira, dezembro 20, 2007

O QUE PENSA A FILOSOFIA SOBRE A MÚSICA?


Informativo no. 15
A música, segundo historiadores, é tida como a primeira linguagem dos homens primitivos. Esses afirmaram que a exposição do homem ao som de sua própria voz foi o que o ajudou na construção da estruturação dos tons da música.
Na linha do tempo, quando retrocedemos na história das antigas civilizações, começamos a entender a real importância da música no contexto da formação cultural de um povo. Os antigos egípcios a entendiam como energia vibratória universal; para os gregos, era a música das esferas; já para os chineses, a música era como a energia celeste da perfeita harmonia.
Também para os filósofos, a música foi motivo de reflexão:
Pitágoras defendia que toda música podia ser reduzida a números e relações matemáticas e que o universo inteiro e todos os fenômenos nele incutidos também podiam ser explicados nos mesmos termos, nos mesmos números e relações matemáticas encontrados na música. A compreensão pitagórica sobre a música era muito mais que materialista: era aliar o conhecimento acadêmico e a experiência prática da música a um genuíno e sério desenvolvimento espiritual interior.
A partir do século VI. a.C., em Atenas, começaram as realizações dos concursos de música que foram responsáveis por impulsionar o desenvolvimento técnico das artes em geral, como por exemplo, a pedagogia necessária para formação de novos músicos, abrindo espaço para a reflexão da filosofia no campo da teoria musical.
Segundo Sócrates, considerado o maior dos filósofos de todos os tempos, o benefício que a música, assim como todas as artes em geral, poderia trazer ao homem, não se encontrava unicamente no prazer da exaltação dos sentidos ou no prestígio trazido pela vitória em concursos, mas no desejo de se tornar mais sábio e moralmente melhor, através do desenvolvimento das faculdades racionais, próprias do ser humano. A música, assim como a prática filosófica, deveria perseguir objetivos mais nobres como, por exemplo, promover a elevação da alma através do aprimoramento intelectual e espiritual.
A aproximação entre música e filosofia, pretendida por Sócrates, se expressa na relação entre a música e a sua concepção de sabedoria. Naturalmente, não é possível haver música sem um saber das técnicas básicas e necessárias à sua execução, mas a sabedoria que Sócrates reclama à musica, vai além do saber técnico; ela requer, também, a inspiração. Por outro lado, Platão, o mais severo crítico da música naquela época, achava que a sabedoria se opunha a toda e qualquer aptidão natural. Essa concepção, tão defendida por Platão, é criticada por Sócrates, por compreender que poucos poetas compunham suas obras por sabedoria, por dom natural e, em estado de inspiração, assim como os adivinhos e profetas.
Dessa forma, a criação musical, assim como qualquer outro fenômeno, carecia de uma explicação que não se apoiasse, somente, numa forma mítica de pensamento, a qual não explicava o modo pelo qual a música era composta e executada. As explicações eram imputadas, unicamente, ao fato de que os músicos eram inspirados; entretanto, era necessário, também, o reconhecimento de que os artistas deviam seus talentos, também, à compreensão de um código musical comum e ao cumprimento de certas leis determinadas racionalmente.
De qualquer forma, enquanto o sentimento de prazer é desmerecido por Platão em uma prática musical sem fins mais elevados, o filósofo a exaltará, se esta aparecer associada ao âmbito da teoria. Nesse sentido, a música é até mesmo elogiada como disciplina introdutória à reflexão filosófica, à medida que oferece condições para a aplicação do método dialético na transposição do plano sensível para o inteligível. O prazer é, portanto, elogiado por Platão à medida que se transforma no prazer do estudo e do aperfeiçoamento moral.
Corroborando com o pensamento de Sócrates, Aristóteles afirma que as emoções, de toda espécie, são produzidas pela melodia e pelo ritmo, sendo que, através da música, o homem se acostuma a experimentar as emoções certas. Portanto, a música tem o poder de formar seu caráter, e os vários tipos de música o de influenciarem o mesmo, ora operando na direção da melancolia, ora incentivando a renúncia, outra o domínio de si, em seguida, o entusiasmo, e daí por diante.
Sendo assim, tais pensadores, os filósofos, comungavam a idéia de que a intenção que está por trás de cada uma das atividades humanas é o que deveria ser valorizado. Provavelmente, tenha sido essa perspectiva que os conduziu a uma posição crítica com relação ao exagero sobre a busca da perfeição técnica dos músicos. Na realidade, não menosprezavam a técnica, mas desejavam que essa mesma técnica, aliada à inspiração, fosse o ponto de partida para uma reflexão filosófica.

segunda-feira, novembro 26, 2007

SHOWZAÇO!!!!!

Pra quem gosta, tive a imensa satisfação em Participar da Produção de "Mulheres Negras Cantem", um evento promovido pela Afrobás.
Foram Parte desse evento o Trofeu Raça Negra e a Realização de Palestras e eventos temáticos.
No Show, cada uma das cantoras se apresentaram individualmente e, nesse video, mostra a apresentação do BIS, com as 4 cantoras juntas.
Apreciem, Daúde, Luciana Mello, Vanessa Jackson e Lailah Moreno.




Ouvindo nada, pór enquanto.

domingo, novembro 25, 2007

“SE É BOM OU SE É MAU...”

“SE É BOM OU SE É MAU...”

Quando eu contava estórias para a minha filha – ela era bem pequena ainda – tinha uma pergunta que ela sempre me fazia: “Esta estória aconteceu de verdade?” Eu não tinha jeito de responder.
Se fosse o Peter Pan, adulto, tal como aparece Hook – A volta do Capitão Gancho, eu diria logo que era só uma mentirinha sem importância que eu estava inventando para que ela dormisse logo e eu pudesse voltar a me ocupar das coisas importantes do mundo real do dinheiro, da política, do trabalho, das rotinas da casa. Diria a ela que o livro que me importava, aquele que eu realmente lia, livro de cabeceira, era a agenda de capa verde. Nas suas páginas se escrevia a realidade. Mas ela era muito criança - com o tempo cresceria e aprenderia a ler a literatura do real que só pode ser lida nas agendas. Por enquanto, ela podia se entregar as palavras mentirosas das estórias, só para que o sono viesse mais depressa....
Mas eu não era o Peter Pan adulto e o que eu tinha para dizer, pois achava complicado demais para a cabecinha dela. O que eu gostaria de dizer a ela e não disse é que as estórias que eu contava não aconteceram nunca para que acontecessem sempre. A TERRA DO NUNCA é a TERRA DO SEMPRE, que existe eternamente dentro da gente. Já o que aconteceu de fato, documentado, fotografado, comprovado pela ciência e escrito com o nome de História – isso aconteceu do lado de fora da gente e, por isso, não acontece nunca mais. Está morto e enterrado no passado, e não há feitiço que faça ressuscitar. Mas aquilo que não aconteceu nunca, aquilo que só foi sonhado, é aquilo que sempre existiu e que sempre existirá, que nem nasceu e nem morrerá, e a cada vez que se conta acontece de novo....
Se ela me tivesse feito a pergunta de um jeito diferente, se me tivesse perguntado se acreditava na estória, ah!, eu teria respondido fácil: “Mas é claro que acredito!” Pois eu só acredito no que não aconteceu nunca, no que é sonho, pois os sonhos, é disto que somos feitos.
A estória da Branca de neve não aconteceu nunca – mas todos nós somos sempre, uma madrasta que se vê triste diante do espelho e manda a menina, nós também, para ser morta na floresta. A estória de João e Maria não aconteceu nunca, mas em toda a criança existe a fantasia terrível do abandono. A estória de Romeu e Julieta não aconteceu nunca, mas queremos ouvi-la de novo, pois dentro de nós existe o sonho do amor puro, belo e imortal. E é por isso que sou incuravelmente religioso, porque nas estórias da religião, que não aconteceram nunca, os sonhos e pesadelos da alma se acham refletidos. Acredito porque sei que são mentiras. Se fossem verdades, não me interessariam.
As estórias são contadas como espelhos, para que a gente se descubra nelas. Os orientais são os grandes mestres nesta arte, esquecida dos ocidentais porque cresceram, como o Peter Pan do filme Hook, e passaram a acreditar somente naquilo que a agenda conta, sem perceber que, porque ela diz a verdade, mente.
Quero contar para vocês a estória que mais tenho contado – não aconteceu nunca, acontece sempre. Um homem muito rico, ao morrer, deixou suas terras para os seus filhos. Todos eles receberam terras férteis e belas, com a exceção do mais novo, para quem sobrou um charco inútil para a agricultura. Seus amigos se entristeceram com isso e o visitaram, lamentando a injustiça que lhe havia sido feita. Mas ele só lhes disse uma coisa: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”. No ano seguinte, uma seca terrível se abateu sobre o país, e as terras dos seus irmãos foram devastadas: as fontes secaram, os pastos ficaram esturricados, o gado morreu. Mas o charco do irmão mais novo se transformou num oásis fértil e belo. Ele ficou rico e comprou um lindo cavalo branco por um preço altíssimo. Seus amigos organizaram uma festa porque coisa tão maravilhosa lhe tinha acontecido. Mas dele só ouviram uma coisa: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.” No dia seguinte seu cavalo de raça fugiu e foi grande a tristeza. Seus amigos vieram e lamentaram o acontecido. Mas o que o homem lhes disse foi: “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.” Passados dez dias o cavalo voltou trazendo dez lindos cavalos selvagens. Vieram os amigos para celebrar esta nova riqueza, mas o que ouviram foram as palavras de sempre: “ Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá.” No dia seguinte, o seu filho, sem juízo, montou um cavalo selvagem, O cavalo corcoveou e o lançou longe. O moço quebrou uma perna. Voltaram os amigos para lamentar a desgraça. “Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá”, o pai repetiu. Passados poucos dias vieram os soldados do rei para levar os jovens para a guerra. Todos os moços tiveram de partir, menos o seu filho de perna quebrada. Os amigos se alegraram e vieram festejar. O pai viu tudo e só disse uma coisa: “ Se é bom ou se é mau, só o futuro dirá...”
Assim termina a estória, sem um fim, com reticências.....Ela poderá ser continuada, indefinidamente. E ao contá-la é como se contasse a estória de minha vida. Tanto os meus fracassos quanto as minhas vitórias duraram pouco. Não há nenhuma vitória profissional ou amorosa que garanta que a vida finalmente se arranjou e nenhuma derrota que seja uma condenação final. As vitórias se desfazem como castelos de areia atingidos pelas ondas, e as derrotas se transformam em momentos que prenunciam um começo novo. Enquanto a morte não nos tocar, pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do imprevisível dos acidentes. “SE É BOM OU SE É MAU, SÓ O FUTURO DIRÁ”

RUBEM ALVES

quarta-feira, novembro 21, 2007

New one

Há tempos nao escrevo neste espaço, que considero anarquico, mas infelizmente nao tive tempo. Varias coisas aconteceram, o Tropa de Elite veio pra balançar, o Brasil joga hoje no Morumbi, não há meio de tirar aquele presidente do senado da cadeira (será que eu tenho que ir lá?), um coitado assalta, briga na rua e o culpado é o motorista do busão. Enfim, situações em que nos botam frente a frente com nossa realidade dicotômica.
Mas hoje, em especial, fiquei feliz por termos mais dois integrantes em nosso espaço e, diga-se de passagem, dois integrantes de peso. Um novo Blog é o http://www.risoesarcasmo.blogspot.com/ , esse de meu querido irmao, javem medico a ser formado pela Universidade de São Paulo, competentissimo e etico naquilo que faz (e no que nao faz tambem), Excepcional escritor e leitor dos mais assiduos (engole livro que nem bala) e que me traz muita felicidade quanto estamos juntos e compartilhamos das mais dificeis tarefas de se lidar com familia.
Outro é o http://www.dedonovespeiro.blogspot.com/ , esse de meu Grande amigo Ricardo Flaitt, nascido de uma possivel parceris Vespeiro - Suvaco, o blog tem a intenção real de Cutucar com vara curta a nossa condição, como cidadao e profissional, naquilo que vivemos e aprendemos. Com o proposito de levar cultura, informação e atenção critica àqueles que aceitam.
Puxa saquice de lado, coloco aqui um video que achei hoje vagando no youtube. Não tem nada de mais não, mas só quem viveu sabe explicar ou dar sentido aos "Olhos nos Olhos"

Sem mais.....

quarta-feira, novembro 07, 2007

JAZZ!!!!!


Deixa subirem os sons agudos,
os sons estrídulos do jazz no ar.
Deixa subirem: são repuxos: caem...
Apenas ficarão os arroios correndo
sem rumor dentro da noite.

E junto a cada arroio,
nos campos ermos,
Um anjo de pedra estará postado.

O Anjo de Pedra que está sempre imóvel
por detrás de todas as coisas-
Em meio aos salões de baile,
entre o fragor das batalhas,
nos comícios das praças públicas-
E em cujo olhos sem pupilas,
brancos e parados,
Nada do mundo se reflete.

Mário Quintana

segunda-feira, outubro 08, 2007

Mustafa Özkent (Orchestra)


De “o elele do ile do LP “Genclik” Mustafa Özkent foi liberado em 1973 sob a etiqueta de Evren Plak, número de série 1003.
Mustafa Özkent começou sua carreira como um músico em 1960 com seus amigos jovens , situada em Ancara. Foi chamado assim, porque nenhum membro era mais velho de 19. Mais tarde sobre, deu forma a sua própria faixa, o “Mustafa Özkent Orkestrasi” . O LP “Elif” parece ser um trabalho de solo de Özkent, porque somente seu nome está na capa.
Özkent era um músico exigente em estúdio, demasiado. Por exemplo participou no album “Alla-Turca da dança de barriga de Özel Türkbas - a maneira Turkish com Özel”. (EL-Ay registros 2982; 1975). É conhecido também como um compositor e um arranjador . Seu LP mais atrasado “Dijital gitar” foi liberado em 2005.” Erkan Akin
“Gençlik o album de Ile Elele” é uma combinação impar de Um-V-Vai, funk, o psychedelica, improvisation sem idéias adiantado demasiado melodicamente estruturadas, baseadas em um estilo inspirado em povos do cruzamento de Anatolian. Muito “ocidental”, e ao mesmo tempo exotico. Um album grande.
Para Poucos mortais!!!!!!!!!!!!!




EXPERIMENTEM!!!

segunda-feira, outubro 01, 2007


Line-up:

Mick Jagger - vocals, harmonica

Keith Richards - lead guitar

Mick Taylor - guitar

Bill Wyman - bass

Charlie Watts - drums


Track list:

1. Brown Sugar 3:50

2. Sway 3:52

3. Wild Horses 5:43

4. Can't You Hear Me Knocking 7:15

5. You Gotta Move 2:33

6. Bitch 3:38

7. I Got the Blues 3:54

8. Sister Morphine 5:34

9. Dead Flowers 4:05

10. Moonlight Mile 5:55


Download [BD] [45MB]


Sticky Fingers, lançado em 1971, é o primeiro álbum dos Stones lançado pelo recém-inaugurado, na época, "Rolling Stones Records", depois de ser contratada pela Decca Records desde 1963, na Inglaterra e pela London Records, nos Estados Unidos. É também a primeira vez que Mick Taylor participa de todas as faixas de um álbum.Brown Sugar, uma das músicas do álbum, alcançou o primeiro lugar nos Estados Unidos e segundo na Inglaterra. O álbum ficou na primeira posição durante oito semanas consecutivas. A capa original, que incluia um ziper real, foi desenhada por Andy Warhol e apresenta a parte inferior do corpo do ator Joe Dallesandro (e não de Mick Jagger, como muitos imaginaram) em uma calça jeans.

quinta-feira, setembro 06, 2007

ORIGINAIS DO SAMBA!.......Dale mussa.....Cacildis..


Grupo formado na década de 60 no Rio de Janeiro por ritmistas de escolas de samba, começou a se apresentar em teatros e show, incluindo o palco do Copacabana Palace, onde realizou o espetáculo "O Teu Cabelo Não Nega". Fixaram-se em São Paulo depois de excursionar pelo México, e em 1968 acompanharam Elis Regina na música vencedora da I Bienal do Samba, "Lapinha", de Baden Powell e P.C. Pinheiro. No ano seguinte gravaram a música "Cadê Teresa", de Jorge Ben, que fez grande sucesso. Participaram de festivais e ganharam discos de ouro pela vendas de suas gravações, principalmente nos anos 70, combinando o canto uníssono, a roupa padronizada e boa dose de humor. Um dos integrantes do grupo, Mussum, sairia para formar Os Trapalhões ao lado de Renato Aragão e Dedé Santana. Tocaram com grandes nomes da música brasileira - como Chico Buarque, Jair Rodrigues, Vinicius de Moraes - e mundial - Earl Grant. Excursionaram pela Europa e Estados Unidos, e foram o primeiro conjunto de samba a se apresentar no Olympia de Paris. Alguns de seus maiores sucessos são "Tá Chegando Fevereiro" (Jorge Ben/ João Melo), "O Lado Direito da Rua Direita" (Luiz Carlos/ Chiquinho), "A Dona do Primeiro Andar", "O Aniversário do Tarzan", "Esperanças Perdidas" (Adeilton Alves/ Délcio Carvalho), "E Lá se Vão Meus Anéis" (Eduardo Gudin/ P.C. Pinheiro), "Tragédia no Fundo do Mar (Assassinato do Camarão)" (Zeré/ Ibrahim), "Se Papai Gira" (Jorge Ben), "Nego Véio Quando Morre". Em 1997 gravaram um CD comemorativo pelos 30 anos de carreira, e atualmente continuam se apresentando no Brasil. Fizeram parte do grupo: Mussum, Rubão, Bigode, Bide, Chiquinho, Lelei, Zeca do Cavaquinho, Sócrates, Rubinho Lima, Valtinho Tato e Gibi.

OS ORIGINAIS DO SAMBAOriginais do Samba

1969 RCA
VictorBBL 1475

1 Cadê Tereza (Jorge Ben)
2 O rapaz do violão (Dida)
3 Enlouqueci (Luiz Soberano - João Sale - Waldomiro Pereira)
4 No morro é assim (Carlos Magno)
5 Bacubufo no caterefofo (Bidi - Velha)
6 Despertar do lavrador (Neoci - Dida)
7 Sei lá Mangueira (Hermínio Bello de Carvalho - Paulinho da Viola)
8 Domingo da Rosa (Neoci Dias)
9 Larga meu pé, reumatismo (Ataulfo Alves)
10 Não ganha se não quiser (Carlos Magno)
11 Canto chorado (Billy Blanco)
12 Até meu final (Bidi - Dida)

Discografia

Lançados em CD:
Os Originais de todos os sambas (1997)
Os Originais do Samba (1995)

Lançados em Vinil:
Os Originais do Samba (1992)
Sangue, Suor e Samba (1989)
A Malandragem Entrou em Greve (1987)
Canta, Meu povo, Canta (1983)
Clima Total (1979)
Aniversario do Tarzan (1978)
Os Bons Sambistas Vão Voltar (1977)
Em Verso e Prosa (1976)
Alegria de Sambar (1975)
Pra que Tristeza (1974)
É Preciso Cantar (1973)
O Samba é a Corda... Os Originais a Caçamba (1972)
Samba Exportação (1971)
Samba é de Lei (1970)
Os Originais do Samba (1969)
Os Originais do Samba - Volume 2 (1969)
Show / Recital - Baden Powell - Márcia - Os Originais do Samba (1968)
Por - André Oliveira

quarta-feira, setembro 05, 2007

FCLG


FCLG 06.09 no Bleecker St. - SPJá em estudio na gravação de seu 3º álbum a banda volta ao lar, para matara saudade dos velhos amigos. Classicos da banda e novidades em seurepertório!!
O Bleecker St. fica na R. Inacio Pereira da Rocha 367, Vila MadalenaFone: 11 30323697
dia 06/09/2007 - quinta-feira (véspera de feriado)
preços:Homens R$30,00 e mulheres R$25,00
com nome na lista via email e chegando até as 23 horas na casa:
Homens: R$25,00 e mulheres R$20,00
info@bleekerst.com.br


André Oliveira

segunda-feira, setembro 03, 2007

Dave Brubeck

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket


1 - Blue Rondo a la Turke
2 - Strange Meadow Lark
3 - Take Five
4 - Three to get ready
5 - Kathy's Waltz
6 - Everybody´s Jumpin'
7 - Pick up Sticks

Clássico de 1959, Dave Brubeck Quartet, a melhor formação dos ultimos tempos......
Dave Brubeck - Piano
Paul Desmond - Sax Alto
Eugene Wright - Baixo
Joe Morello - Bateria (dispensa Comentários)

Disco produzido pelo mestre Teo Macero
em 16 canais.

Por - André Oliveira

DOWNLOAD

sexta-feira, agosto 31, 2007

Mr. George.




George Benson – Weekend In LA
1.Weekend In L. A.
2.On Broadway
3.Down Here On The Ground
4.California P. M.
5.Greatest Love Of All, The
6.It's All In The Game
7.Windsong
8.Ode To A Kudu
9.Lady Blue
10.We All Remember Wes
11.We As Love
Personnel:

George Benson (vocals, guitar);

Jorge Dalto (piano, keyboards);

Ronnie Foster (keyboards);

Phil Upchurch (guitar),

Stanley Banks (bass);

Harvey Mason (drums);

Ralph MacDonald (percussion).

Recorded live at the Roxy, Hollywood, California on September 30 and October 1-2, 1977.
By André Oliveira


Thank´s Man!


sexta-feira, agosto 24, 2007

quarta-feira, agosto 22, 2007

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

1 - TODA LINDA
2 - O QUE VOCÊ QUER
3 - TREMENDO VACILÃO
4 - POR QUE VOCÊ FAZ ASSIM
5 - ADORO RAP

Todas as musicas são de Autoria de Rhossi, juntamente com a produção musical e gráfica do trabalho....
Avaliem

DOWNLOAD DO DISCO.

sexta-feira, agosto 17, 2007

Beijoqueiro invade palco e beija Gil

hahahahahaha!!! esse eh engraçado!!! e o cara nao sai do é mesmo!!!! hehehehehe

segunda-feira, agosto 13, 2007

A Voz!!!


Black Alien é MC e foi vocalista do grupo Planet Hemp. É nome forte no rap do circuito Rio-SP e coleciona colaborações e parcerias que vão de Sabotage a Herbert Vianna. De D2 a Derick Green (Sepultura), Raimundos, Charlie Brown Junior, Marcelinho Da Lua, Paralamas entre outros. Desde 2001 é vocalista da banda Reggae B, banda capitaneada por Bi Ribeiro dos Paralamas e é a banda B de um grupo de amigos que se juntam para fazer o que gostam; reggae. Fazem menos shows do que gostariam, Já que é difícil de achar datas em comum nas agendas das bandas que fazem parte.


“QUEM QUE CAGUETOU” DE AUTORIA DE BLACK ALIEN E SPEED E TRABALHADA EM CONJUNTO POR TEJO (INSTITUTO) VIRA HIT EM VARIOS PAISES DA EUROPA.A Europa assiste pela TV e nos cinemas um comercial de carro luxuoso que era embalado por um delicioso funk do Rio, que por agradar tanto já tinha ganhado remixes de DJs ingleses e já freqüentava programas das rádios britânicas (incluindo as de rock). Quem que Caguetou ? é de 2.000 e faz parte da trilha sonora do filme “O Invasor” de Beto Brant. * O funk carioca, sua batida sacolejante e sua letra toda própria e naturalmente violenta chegam aos lares, rádios e cinemas europeus.A música "Quem que Caguetou?", uma produção do paulistano Tejo com os rappers Black Alien e Speed, de Niterói, está virando hit de pistas e rádios inglesas, é badalada nos meios publicitários do circuito Paris-Cannes e foi abduzida por uma gravadora alemã. Tudo graças a uma peça comercial para um carro da marca japonesa Nissan. Trechos de músicas como "Quando você atira/ Já não sou a sua mira/ Eu sou a sua sombra" e com citações a armas, embalam a propaganda do luxuoso X-Trail 4x4. Caguetar é gíria derivada de "alcaguetar". O comercial da Nissan, que passou de maio até novembro na TV e nos cinemas de Inglaterra, França e Alemanha, foi filmado em São Paulo [o comercial pode ser visto na internet, na seção "repertório" do site http://www.drdd.com/]. Traz imagens de uma maratona pelas ruas de São Paulo, num trajeto que mostra o centro da cidade. Trucagens digitais tiraram a água do Tamanduateí e colocaram os corredores em disparada no canal seco e enlameado do rio.O comercial da Nissan volta a ser veiculado em janeiro, quando está previsto o lançamento em single de "Quem que Caguetou?", com versões remixadas.Uma das versões dos Berman Brothers para "Quem que Caguetou?", com toques de house music, já ganhou as ondas de rádios inglesas nesta semana. Dá para ouvir trechos como da música" na BBC.O Sindicato Nacional da Publicidade em TV, da França, elegeu "Quem que Caguetou? "a segunda melhor música de comercial da televisão no ano, até julho. Perdeu para uma canção de David Bowie para um anúncio da Nestlé.Tejo faz parte da elogiada formação paulistana hip hop Instituto, que acompanhava o Sabotage, rapper assassinado em 2002.

DOWNLOAD

sexta-feira, agosto 10, 2007

PAPA MP3

SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA
Segue abaixo uma postagem copiada do Lágrima Psicodélica, extremamente importante para quem possui mp3 em seu PC.
"Este vírus, galera, é específico para MP3. Logo, a quem ele interessa?
Postagem: Johnny F
Verme apaga todos os MP3 do computadorTerça-feira, 31 de julho de 2007 - 13h15SÃO PAULO – Um verme especializado em apagar arquivos MP3. É o W32.Deletemusic, que afeta todas as versões ativas do Windows.Segundo a Symantec, o Deletemusic destrói, sem piedade, todos os arquivos MP3 encontrados no sistema. Quando executado, o invasor – que pode chegar, por exemplo, via e-mail – faz uma cópia do arquivo csrss.exe para todos os drives do computador, inclusive os removíveis, como pen drives.Em cada drive, o Deletemusic cria também um arquivo autorun.inf. Assim, sempre que a unidade é acessada, o invasor se reativa automaticamente. A instalação em drives removíveis constitui, obviamente, outra forma de propagação do verme.
Carlos Machado, da INFO"

quarta-feira, agosto 08, 2007

Salve Chico!!!



Líder da banda Nação Zumbi e principal expoente do movimento mangue beat de Pernambuco, teve sua carreira precocemente abortada por um acidente de carro. Chico Science participava de grupos de dança e hip hop em Pernambuco no início dos anos 80. No final da década integrou algumas bandas de música como Orla Orbe e Loustal, inspiradas na música soul, no funk e no hip hop. A fusão com os ritmos nordestinos, principalmente o maracatu, veio em 1991, quando Science entrou em contato com o bloco afro Lamento Negro, de Peixinhos, subúrbio de Olinda. Misturou o ritmo da percussão com o som de sua antiga banda e formou o Nação Zumbi. A partir daí o grupo começou a se apresentar em Recife e Olinda e iniciou o "movimento" mangue beat, com direito a manifesto ("Caranguejos com Cérebro")

Esse play foi gravado ao vivo no Festival de Montreux!!! Ao vivo em Montreux!

DIVIRTAM-SE




segunda-feira, julho 02, 2007

Ai ai ai





Tristes crônicas de um país sem graça
por Fábio Reynol

1997
Era uma noite quente de abril quando cinco estudantes bem alimentados e educados sob os auspícios da fina flor da sociedade brasiliense se cansaram de seus videogames e resolveram sair às ruas à caça de brinquedos mais emocionantes. Os mimos dados por papai e mamãe não mais satisfaziam os impulsos desses meninos sapecas e cheios de energia.
Um deles ofereceu o carro – outro brinquedinho patrocinado por papai – e os demais embarcaram. Não demorou para a capital federal lhes apresentar uma diversão digna de gente de alta estirpe. Avistaram uma construção pública que lhes era completamente estranha. Sabiam que chamavam aquilo de "ponto de ônibus", para eles algo absolutamente inútil. Como podem gastar dinheiro público com coisas assim? Pensavam. Aquilo só servia para oferecer abrigo a quem se utilizava do transporte público, outro conceito que eles não conheciam nem de perto. Ademais, nunca se imaginaram colocando seus abonados buzanfãs tratados a talquinho italiano num banco de concreto tão nojento.
Naquela noite estrelada, eles descobriram que o dito equipamento público tinha outra função que era muito mais nociva à sociedade dos meninos educados. O ponto também servia de abrigo a indigentes que, como o próprio nome diz, são menos que gente. Essa espécie se enquadra numa categoria entre os cachorros e os ratos, uma vez que muitos cães encontram abrigos quentes e sociedades que os protegem e os ratos se escondem nos esgotos para não se exporem em pontos de ônibus. Imagine a indignação experimentada pelos rapazes ao encontrar naquela parada de ônibus um desses indivíduos que emporcalhavam a cidade com a própria existência.
Numa atitude patriótica e de cunho sócio-saneador, o grupo que estudou nas mais caras escolas da cidade decidiu cauterizar aquele cancro social. Imbuídos desse nobre dever cívico, espalharam combustível o mais uniformemente possível sobre aquela subpessoa que ousara nascer num mundo muito mais educado do que ela. Riscaram um fósforo e observaram com atenção (como convém aos que conhecem o método científico) como se comportava o fogo ao queimar um material tão vil e de tão pouca serventia. Satisfeitos, voltaram para casa com a sensação do dever cumprido e admirados com a própria capacidade de unir prazeres e obrigações. Dormiram tranqüilos.
No dia seguinte, o mundo desabou sobre suas iluminadas e endinheiradas cabecinhas. Só metade de sua contribuição à sociedade havia se completado. O alvo tinha sido eliminado, é certo, só que ele não era um indigente, mas um índio o que o colocava numa categoria ligeiramente superior aos moradores de rua, ainda que não gozasse do status de "gente". Claro que além do amparo dos poderosos papais que vieram em seu socorro, havia também a eloqüente justificativa que pesou em seu favor: "Foi mal! Pensamos que fosse um mendigo!" A "Justiça", que por cinismo ou deboche gosta de usar esse nome no Brasil, nem considerou homicídio, preferiu classificar a estripulia como "agressão física". Afinal, o que matou o índio foram as queimaduras não o ato dos marotos.
Quatro passaram pouco tempo em pseudo-prisões de onde saíam para tomar cerveja e fazer faculdade (afinal eram educados!). Desde 2004, estão sob liberdade condicional, ou seja, condicionada a que não cometam mais diabruras nem gestos de crianças mal-educadas. O quinto nem foi incomodado porque era menor (ops!) criança!
2007
Cinco capetinhas da crème de la crème carioca, satisfeitos por viverem num país em que há "Justiça" (eles nunca notaram a sutil piadinha por trás dessa palavra) também saíram à noite a brincar e a gastar a mesada que os papais lhes davam. Eles se esbaldavam numa fresca madrugada de junho na Cidade Maravilhosa, quando se depararam com aquela aberração que o governo insistia em manter nas vias públicas: o ponto de ônibus. Sob o abrigo, identificaram outra subespécie que não deveria jamais conviver com seres humanos: a das prostitutas. Cheios de altivez moral, não pensaram duas vezes em sair de seu carro e limpar o quintal de casa dando uma boa surra nessas criaturas que tinham a petulância de se intitular "mulheres" e ainda mais "da vida".
Pecaram pela desobediência. Lembra quando a mamãe falava para não deixar os brinquedinhos largados por aí? Pois é. Deixaram o carrinho de ferro solto na rua e enquanto brincavam de defender o bom nome da high society carioca, um taxista anotou a placa do dengo que papai havia dado. Por absoluto azar, uma das mulheres espancadas resolveu prestar queixa. Para o espanto da molecada, aquela pessoa (agora podemos chamá-la assim) tinha um status mais elevado em seu ranking sócio-biológico das espécies. Era uma empregada doméstica! Daquelas do mesmo tipo que eles tinham em casa e que lavavam as suas cuequinhas. "Mil perdões! Foi mal! Pensamos que fosse uma prostituta!"
2017
A madrugada chegou fria e úmida numa metrópole brasileira. O governo já eliminara o mal que um dia havia gerado tanta revolta e indignação popular: o ponto de ônibus. Agora não existia mais abrigo para as criaturas economicamente rastejantes que emporcalhavam o cenário urbano. Cinco meninas bem maquiadas da classe média-chique da cidade, felizes por viverem num país em que funcionava a Justiça (naquela época o termo já havia adquirido outro sentido o que eliminou de vez a jocosidade e as aspas) saíram para a balada a se divertir e a exibir as novas Pradas e Louis Vuittons combinantes com os seus novos tons capilares de Loreal Paris. Uma delas, em meio ao barulho da boate, não conseguia falar com a amiga pelo celular, por isso foi à calçada tentar escutar melhor o seu MotoBlackBeltBerryExibition de oitava geração.
Por pura ironia do acaso, a moça parou sobre aquilo que um dia havia sido um ponto de ônibus. Por um azar só explicável pela conjunção astral daquela noite, passavam naquele exato momento cinco garotos recém-foragidos do Gueto Fluminense (ex-Baixada). É bom explicar que o governo, numa sábia decisão em prol do saneamento público, houve por bem murar todas as favelas e áreas periféricas consideradas de alto risco (leia-se: baixa renda). Só saíam delas os oficialmente credenciados, o que não era o caso dos garotos em questão. Pensando que se tratava de um brinco caro, os rapazes arrancaram num puxão o MotoBlackBeltBerryExibition da moça. Na verdade, o microaparelho era muito mais caro do que a maioria dos brincos caros, pois era cravejado de pedras preciosas e ainda fazia projeções holográficas com progressive scan. Todavia, os rapazes não estavam nem aí para o progressive scan da menina e também arrancaram a Prada Snobation de US$3.800,00, uma das poucas da cor fúcsia vivant que a garota possuía. Não contentes com a feira já garantida, os garotos sentiram um ímpeto não se sabe de onde de espancar a moça. Deixaram-na semimorta sobre aquele ex-ponto de ônibus.
Foram todos presos. Desta vez, não haveria perdão. Iriam pegar 15 anos de cana cada um numa penitenciária com grades, carcereiros e superlotação. Não eram meros meninos sapecas, mas marginais formados pela escola do crime (já que a escola pública não lhes abrira as portas). Os pobres ainda tentaram, em vão, lançar mão de um antigo atenuante: "Desculpa aí! Foi mal! Pensamos que era uma socialaiti!"

Fábio Reynol é jornalista.

segunda-feira, junho 18, 2007

O Ladrão de Bicicleta



Sebastião Rodrigues Maia lançou esse disco em 1976, logo após o rompimento com a ideologia racional. Entre os três melhores discos dele, na minha opinião. Nelson Motta descreve em seu livro “Noites Tropicais” sobre um primeiro encontro entre Elis Regina e Sebastião. Ele, cantando e ensaiando em estudio e ela, acompanhada pelo autor do livro, de fora observando e analisando o trabalho do cantor. Apenas um comentário saiu a respeito do mesmo: “Até que enfim uma voz compatível a minha!”. Imaginem, “ela” falando “dele”. Depois disso foram parcerias e mais duetos!!! 1976 foi um retorno de Tim à gravadora Palydor, falido e acabado, procurava prestigio. Depois de um tempo rebelado em plena produção independente, ele volta à industria cultural cantando o mais alto possível “Dance enquanto é tempo”, levantando todo mundo apresentando seu filho Márcio leonardo, “vindo pra Seromba pra tocar... seu violão...” (Seroma, seu selo independente referindo as iniciais de seu nome). As baladas “Sentimental”, “É Preciso Amar” e “Me Enganei”, completando o ciclo e dando uma apaziguada nas disparadas de “Rodésia” e “Manhã de sol florida, cheio de coisas maravilhosas”. Para essa seleção, foi chamado o ex-Mutantes Antonio Pedro Fortuna, fazendo as linhas de Contra-Baixo, por indicação, nomeia Tulio Mourão para os desenhos de teclado, mas a Fumaça nao agradava o tecladista mineiro. Esse tempo mostrou ao artista o fundo do poço no que se diz respeito a natureza e quimicas gerais. Escutem, prestigiem, conheçam e admirem aquele Tim Maia que não se resume em Racional ou “Descobridor dos Sete Mares”.

Clique aqui para baixar o disco

Escutando: O Sol Nascerá - Cartola

terça-feira, junho 05, 2007

PRIORIDADE - EDUCAÇÃO (?)


Carta do prof. Paulo Martins à Folha - VETADA -

Carta do prof. Paulo Martins à Folha
Artigo escrito pelo professor da Faculdade de Filosofia, cadeira de latim, escreveu para a Folha, porém foi vetado.
Resposta de um dos mais renomados professores do departamento de letras clássicas da USP aos vitupérios que tem sofrido a academia da FFLCH- USP por parte da imprensa: Este artigo foi esquivado de ser publicado pelo jornal da Folha de São Paulo por parte do Uirá Machado Coordenador de Artigos e Eventos Folha de S.Paulo, por isso, peço que leiam e repassem aos tantos quantos tenham contatos na internet, é necessário ouvir a outra versão dos fatos: Autonomia, Justiça, Ocupação e Certa ImprensaPaulo Martins Professor Doutor do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da FFLCH/USP, Vice-coordenador da Pós-graduação em Letras Clássicas.


De acordo com dados oficiais e oficiosos, a Universidade de São Paulo responde por grande parte da pesquisa produzida no país ( 26.748 artigos publicados no Brasil e no exterior) e, seguramente, é ela também responsável por oferecer o melhor ensino de graduação ( 48.530 alunos) e de pós-graduação (25.007 alunos), alimentando, pois, o "famigerado mercado" com profissionais competentes. Além disso, poder-se-ia pensar em sua atuação junto à população como extensão de suas atividades que, muita vez, são essenciais principalmente aos cidadãos carentes de nosso "rico estado". Um bom exemplo: o atendimento feito no Hospital Universitário em 2006 a 255.597 pacientes em regime de urgência e 160.565 pacientes, no ambulatório[1][1].A quem, então, se deve a qualidade de ensino, pesquisa e extensão que leva, por exemplo, a Universidade de São Paulo a ser ranqueada pelo Institute of Higher Education da Universidade de Shangai (Academic Ranking of World Universities - 2006) como a melhor Universidade da América Latina ou a figurar entre as cento e cinqüenta melhores do mundo, ou ainda, de acordo com a Webometrics Ranking of World Universites como a primeira entre os países emergentes (Brasil, Rússia, Índia e China)? A resposta é vasta, pois passa pela qualificação dos professores (dos 5.222, 96,3% têm titulação de doutor), pelas bibliotecas (39 com 6.907.777 volumes), pelos 47.866 alunos com acesso a microcomputadores. Mas pode ser resumida em uma só palavra "autonomia".Essa, de acordo com o Dicionário Houaiss, entre outras possibilidades, é: "capacidade de se autogovernar; direito reconhecido a um país de se dirigir segundo suas próprias leis; soberania; faculdade que possui determinada instituição de traçar as normas de sua conduta, sem que sinta imposições restritivas de ordem estranha; direito de se administrar livremente; liberdade, independência moral ou intelectual." Pois bem, a Constituição Brasileira, em seu artigo 207 (com acréscimos da Emenda Constitucional no. 11), estende o preceito às Instituições de Ensino Superior, propondo: "As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão." Tal aplicação também ocorre na Constituição do Estado de São Paulo, em seu artigo 254:"A autonomia da universidade será exercida, respeitando, nos termos do seu estatuto, a necessária democratização do ensino e a responsabilidade pública da instituição, observados os seguintes princípios: I - utilização dos recursos de forma a ampliar o atendimento à demanda social, tanto mediante cursos regulares, quanto atividades de extensão; II - representação e participação de todos os segmentos da comunidade interna nos órgãos decisórios e na escolha de dirigentes, na forma de seus estatutos."
Foi, justamente, aplicando o conceito à administração didático-científica e à gestão financeira, orçamentária e patrimonial que, a partir de 1988, a população brasileira observou um aumento significativo dos indicadores de produtividade das universidades ainda que restrições severas devam ser feitas à avaliação do desempenho universitário, tendo por base única e exclusiva os dados estatísticos, dada a diversidade e universalidade das atividades acadêmicas, que não podem e não devem ser avaliadas da mesma maneira sempre. Mesmo assim, vale ressaltar que a partir da promulgação da Constituição até 2006, por exemplo, a produção científica da UNICAMP aumentou 602% e o número de vagas de graduação e pós-graduação nas três Universidades sofreu um aumento inquestionável. Por sua vez, 2007 assiste a uma agressão séria à justiça, princípio moral em nome do qual o direito deve ser respeitado, e ao Estado de Direito, dentro das Universidades Estaduais Paulistas, isto é, assiste a uma transgressão velada da Carta Magna do país e do estado. Sob o pretexto da transparência administrativa, o governo José Serra solapa, a uma só penada e ao arrepio da lei maior, uma conquista da comunidade acadêmica ao publicar "seus" decretos 51.535/07 (que dá nova redação ao artigo 42 do Decreto nº 51.461, de 1º de janeiro de 2007, que organiza a Secretaria de Ensino Superior.), 51.460/07 (que dispõe sobre as alterações de denominação e transferências que especifica, define a organização básica da Administração Direta e suas entidades vinculadas), 51.461/07 (que organiza a Secretaria de Ensino Superior), 51.636/07 (que firma normas para a execução orçamentária e financeira do exercício de 2007) e 51.660/07 (que institui a Comissão de Política Salarial). Assim, esses decretos, sob o falso e mentiroso resguardo da autonomia, impedem a contratação de funcionários e professores; dispõem do patrimônio das Universidades; vinculam a dotação orçamentária a necessidades práticas e imediatas do mercado e não permitem a livre negociação salarial. Exemplo, propriamente dito, pode ser facilmente aferido num rápido exame de um dos artigos do decreto 51.471/07:"Artigo 1º - Ficam vedadas a admissão ou contratação de pessoal no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta, incluindo as autarquias, inclusive as de regime especial, as fundações instituídas ou mantidas pelo Estado e associedades de economia mista. (...)§ 2º - O Governador do Estado poderá, excepcionalmente, autorizar a realização de concursos, bem como a admissão ou contratação de pessoal, mediante fundamentada justificação dos órgãos e das entidades referidas no "caput" deste artigo e aprovada:"
Vale dizer que as Universidades Estaduais Paulistas são Autarquias de Regime Especial e, portanto, como se pode observar, apenas o Senhor todo poderoso governador do Estado de São Paulo pode efetivamente contratar professores e funcionários para as Universidades. Bem, se essas não podem contratar quando bem lhe aprouver, então sua autonomia inexiste. Esta é apenas uma confirmação do quanto se mente quando se governa. Assim, o repúdio a tais decretos, acrescido de outras reivindicações não menos justas, associado a certa inabilidade política da dirigente máxima da USP, a reitora Professora Suely Vilela, provocaram a crise em que vive hoje a Universidade, que foi coroada com a ocupação das dependências da Reitoria da USP. Ainda quanto aos decretos, eles soariam muito naturais, esperados e desejados se a sociedade, real proprietária e beneficiária das Universidades estaduais, de alguma forma, encontrasse nelas irregularidades que maculassem a probidade administrativa, ou ainda, não visse nelas um pólo de excelência que servisse de modelo para a educação fundamental e básica, esta sim mais do que vilipendiada pela administração direta de sucessivos governos estaduais, entre os quais aqueles a que se filiam os atuais mandatários do governo. Assim não satisfeitos de serem co-responsáveis com o fim da educação básica e fundamental de qualidade em nosso estado, lançam suas mãos nefastas e nefandas também sobre as Universidades. Contudo, com desfaçatez e dissimulação, o governador José Serra e seu secretário José Aristodemo Pinotti, afora os asseclas e epígonos sem postos no governo (não sei como) de certa imprensa, mormente, "blogueiros" e articulistas de certa revista semanal, que, de passagem, prima por ser um veículo de pensamento único, disfarçada e dissimulada no pluralismo, no respeito às instituições e ao "Estado de Direito" teimam em transferir a responsabilidade da crise que hoje se vê na USP, UNESP e UNICAMP para aqueles que reagiram à agressão dos decretos e à falta de boa vontade dos dirigentes universitários. A mídia (de modo geral – há exceções) e Governo acusam os alunos de "invasores", desordeiros, baderneiros etc. Não escapam também às suas acusações professores e trabalhadores da Universidade de São Paulo. Seriam estes os manipuladores daqueles, massa acéfala, que, supostamente, incitada, tomou com violência as dependências da reitoria em nome de uma posição partidária ou, como preferem, "em nome de um programa comum da esquerda retrógrada", ou melhor, da "neo-esquerda" que abarcaria - vejam só - o PT, o PSTU, o PSOL e o PCdoB, como se esta unidade já não estivesse inviabilizada desde muito tempo. Afinal os bandidos "remelentos" e "mafaldinhas" ("que merecem ser entregues aos papais e mamães pela PM"), como um desses jornalistas se refere aos alunos da Universidade, estão tentando desestabilizar o governo por puro rancor eleitoral em nível estadual. Ridículo! Se justiça há a partir da conformidade dos fatos com o direito, violência existe, sim, por parte de um terrorismo de Estado, travestido de respeito ao cidadão, encarnado atualmente pela política do ensino superior do Estado de São Paulo. Mais do que isso, o desejo do governo não é transparência, é, sim, ter poder decisório sobre os 9,57% da arrecadação de ICMS que em 2006 significou em valores absolutos 5,2 bilhões de reais. O mínimo esperado do governo e da reitoria diante da crise universitária por eles criada é respeito real e concreto àqueles que trabalham e estudam nas Universidades Estaduais. Assim, ouvir a comunidade acadêmica, discutir realmente com ela, recebê-la de fato e, vez por outra, atendê-la em suas reivindicações, longe de demonstrar fraqueza – há que se pensar nisto, haja vista a possibilidade da retirada dos manifestantes pela força policial – são características dos verdadeiros homens de Estado e de efetivos administradores de universidades públicas. É uma pena, entretanto, que atualmente não encontremos nem estadistas no palácio dos Bandeirantes, tampouco bons administradores à frente da maior Universidade do país. Quanto a certos jornalistas, bem, diante deles me calo, afinal para que servem se apenas sabem servir ao poder constituído... [1][1] Todos os dados numéricos foram extraídos do Anuário Estatístico USP – 2006.