quinta-feira, agosto 06, 2009

A Fumaça do Seu Cigarro tem Som


Graças a Deus o Governador de São Paulo foi totalmente coerente com a aprovação da lei que proíbe fumar em lugares fechados e públicos. Digo isso por que, obviamente, não sou fumante tabagista.
Agora, gostaria de saber se ele não poderia aplicar a lei que proíbe o uso de celulares com auto falantes em lugares públicos (não necessariamente fechados).
Hoje vindo para o trabalho, e não foi a primeira vez, um adolescente entra no ónibus, tranquilo, sossegado, na dele mesmo. Logo, senta ao lado de uma senhora, aparentemente simpática, e, sem aviso, sem questionamento e, principalmente, sem a educação que era devida, liga seu celular, significativamente com volume alto, exteriorando fezes auditivas. Um Funk, as 8 da manhã, alto, para todos ali ouvirem.
Com certeza o garoto supunha que todos tinham o mesmo desgosto musical que ele. Supunha que aquilo que saia de seus míseros falantes era uma impecável e festiva devoção musical.
A sua direita, a senhora, toda recatada, com toda educação que lhe foi dada em sua vida, virou-se andou até a porta e pediu para sair do ónibus, antes de chegar ao ponto que pretendia, obviamente. Sem argumentar, titubear, ela, com toda delicadeza, saiu do espaço publico, que lhe era de direito gratuito, e preferiu demorar a acompanhar a ignorância de certo sujeito. O rapaz continuou.
Ninguém lá reclamou, ninguém advertiu a pessoa, mesmo por que não há restrições a uso publico de celulares, mesmo sendo uso em espaço publico para adorações individuais.
Para tanto, não questiono a proibição de aparelhos como esse, ou mesmo a não difusão da arte musical, pelo contrario, trabalho com isso e dependo da divulgação. Mas aqui venho requerer o mínimo de cada cidadão dos quais residem em uma cidade com 15 milhões de habitantes, o discernimento.
Por que colocar em alto e bom som musicas das quais você não sabe se o próprio gosta ou não?
Imagine se fosse ao contrario: O garoto lá na dele, tranquilo indo para a escolinha, subitamente aparece uma senhora e, com seu celular coloca um Waldik Soriano nas alturas, cantarolando suas modas e clássicos nas alturas. Será que ele sairia? será que responderia a uma pessoa mais velha? ou mesmo daria risada da mesma.
Mas não, é preferível que aceitemos e escutemos o que não queremos.
Se existisse um aparelho do qual medíssemos o estress nas pessoas provocadas por esse ruído estrondoso, antes e depois de uma pequena exposição, talvez teríamos um argumento consistente para tal fato. Aparelho como aquele do qual Drauzio Varella expõe na propaganda anti-tabagismo.
Necessitamos de educação, não podemos dar uma arma na Mao de uma pessoa sem ela saber utiliza-la socialmente.
Espero ainda entrar em qualquer transporte publico e encontrar uma plaquinha proibindo o uso de aparelhos de áudio sem sua devida restrição individual, alias, não estamos sozinhos nessa.
A ignorância não parte, a principio, do gosto musical, e sim como você expõe sua apreciação.

A.O.








Um comentário:

Mayra Aiello disse...

Arrasou love!
Concordo totalmente!!!!
Já passei pela mesma situação na Inglaterra... com adolescentes de Bournemouth com suas músicas no mais alto volume e do pior gosto naquele horário em que nao estamos afim de curtir um som pesado, sabe? hehehe
E quando começar essa lei anti-ruidos-em-publico me avisa pls?
te amo