Fim de semana passado fui ao cinema, habito que não cultivava há algum tempo, assistir um documentario a respeito do maior musico brasileiro de nossa época (não sei se da nossa né por que sou de 81). LOKI - Arnaldo Baptista.
A.O.
Na minha concepção Arnaldo Baptista supera, em todos os quesitos, qualquer musico brasileiro de 1960 pra cá, por que não dizer do mundo? Inteligente, sarcástico, gozador, influente ..... mutante. O artista está em um patamar que poucos estão e, pelo que se percebe, ninguem em sua época, conseguiu compreender essa astração. Como ele mesmo diz "Gostaria de viver em uma época em que eu falasse X e eles entendessem X e nao Y".
O longa é o primeiro que sai pelo Canal Brasil, feito propriamente para execução televisiva, o documentário se superou e tornou-se um longa exibido e premiado tanto na Europa quanto na terra do Tio Sam.Começa com o proprio andando em sua casa no sitio em Juiz de Fora, MG, dentre os numerosos comodos, um atelier, onde exterioriza todas suas emoções através da pintura a óleo. Um lápis traça os primeiros riscos de um desenho a ser completado durante todo o documentário.
Contando com as mais variadas participações e imagens da época, o conteúdo se fortifica a medida que os relatos a respeito de toda turbulência de vida é apresentado.Quando criança, sua relação com o pai e, principalmente com a mãe, execelente instrumentista classica, assim como dos irmãos Sérgio e Cláudio, o inicio da vida musical, a presença de Rita Lee, o inicio dos mutantes, as relações com as drogas, os conflitos, o disturbio, a tentativa de suicídio e o recomeço de vida. Tudo relatado de forma coerente e testemunhal.
Nele Sérgio fala a respeito do irmão como sendo um mentor, um parceiro descomunal, engraçado e cúmplice. Dinho relata suas experiências com Arnaldo como se fosse o homem que revolucionou a sua vida, assim como a musica Brasileira. Paulinho Petcov comenta a respeito das primeiras viagens de LSD, ressaltando que não iniciou ninguém a esse mundo, "todos eram maiores de idade e fizeram o que achavam que era certo". Rogério Duprat o coloca como responsável por tudo que aconteceu na musica brasileira após a passagem de Arnaldo pelo showbiz. Tom Zé explica a troca de papeis sociais, onde os universitários nao ensinaram nada a Arnaldo e sim foram lecionados por ele, o qual não tinha graduação. Liminha relata frustradamente o final da banda, o progressivo e o tormento devido ao uso lúdico do LSD. Gilberto Gil falando de sua surpresa ao ser apresentado a eles pelo maestro Rogério e a fascinação pela musicalidade dos 3. Kurt Cobain mostrando os álbuns dos Mutantes, ressalvando a genialidade do compositor e a sua necessidade em conversar com ele em sua passagem pelo Brasil. Sean Lennon, tendo um papel fundamental convidando-o para uma participação em seu show, colocando no palco Arnaldo depois de anos. E Lucinha Araújo, a qual tirou ele do sofrimento solitário e trouxe a vida novamente através da insistência. Lobão, João (pato fu) e Zélia Duncan tem suas participações importantes como produtores e participantes dessa nova era Mutante.
E Rita?
É colocada como uma figura externa, responsável pela maioria dos acontecimentos. Ela se faz permanente por todo filme, como participante e influente pela parte artística e emocional. Tida como um Fantasma, formado pelo amor e a incompreensão. Desmentida quando diz que saiu da banda sendo expulsa, confirmada quando o assunto é a paixão. Nenhuma palavra dela se faz por necessário.Arnaldo explica os acontecimentos depressivos, como a internação por 5 vezes e a vontade de se sentir livre, fazendo com que cometesse a tentativa de suicídio. Discorre a respeito de seus projetos posteriores Solo e com a Patrulha do Espaço. Assim como a felicidade em voltar aos palcos, como na apresentação histórica no museu do Ipiranga, na comemoração do aniversário de São Paulo.
Por fim o desenho acaba, deixando algumas perguntas no ar, mas também consolidando-o e não deixando duvidas da importância de Arnaldo Baptista para a musica contemporânea mundial
GOD BLESS ARNALDO BAPTISTA
A.O.
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