Pô, mais um ano ai na estrada......que beleza hein!!!! nem sei como aguentei!!! muito bom ver que passou rapido, mas todos os momentos foram milimetricamente aproveitados. Bem ou Mal, esses momentos vieram a construir aquilo que tento ser hoje. Sei que nao sou nada, nem ninguem, mas, sem isso, nao teria nem a convicção em ter a minima noção do ser nada.
Lembro de quando ainda festejava com um bolo do meu time do coração e minha mae distribuia doces e salgados para meus amigos de infancia (esses nem lembro mais quem sao e onde estao), nos vestindo de indios e deixando-nos sair correndo por toda a vila em que moravamos.
Já no interior, a pegada foi mais forte. Rua, pipa, futebol e brigas marcaram minha infancia por toda minha lembrança. Adorava minhas comemorações com os amigos da escola e os amigos da rua. Lá conseguiamos ter uma dinamica multi funcional graças ao ambiente em que viviamos. Lembro com orgulho das boas ações que faziamos com o pessoal da zona rural. E da alegria que nos circundavam as festas de santo reis (sempre proximas a minha data). Proximo tambem ficava o carnaval, data de estonteantes Churrascos e inumeras caixas de cerveja, que tomávamos antes dos bailes ou dos inexplicáveis e grandiosos desfiles que aconteciam na cidade de Mococa anos atras. SAUDADE.
Gostaria aqui de agradecer meus amigos, minha familia e minha mulher. Pessoas que acreditaram em mim e, em algum dia, depositaram certa quantidade de esperança naquilo que achavam que, futuramente, poderia emergir um desenvolvimento underground.
.... o acontecimento mais recente foi ontem, vindo de balada na sexta (exelentissimo Bocato, sem comentários), passando sabadão inteiro dentro de casa, me resguardando para o que vem nos proximos fins de semana, fui a feira, ontem, para fazer umas pequenas compras. Perto do seu aniversário, sabe como é, a gente acha que tudo nos circunda e ficamos esperando algum tipo de estimulo direcionado a nós, mas o dia não era meu. Sentei para comer um pastel enquanto uma chuva absurda cobria a zona oeste de São Paulo. Em um momento surge uma figura masculina, cabelos brancos amarelados, olhos, fundos e vermelhos, azuis. Em suas mãos, duas sacolas. Circundava a barraca de pastel, procurava algo, achou. Em todos os quatro lixos da barraca ele recolhia os restos de pasteis abnegados por clientes, uma das sacolas estava quase cheia de massa, enchia compulsivamente, como alguem que iria passar um bom tempo sem a menor possibilidade de vir a comer. Foi exatamente nesse momento que me direcionou um pedido, sem graça, introvertido, de um pai que tinha vergonha de pedir para os seu filhos..... "o senhor poderia me pagar um pastel?" , uma educação nunca vista e digna de uma pessoa que nitidamente precisava, não era cênico. "Lógico....... veja um pastel de queijo ao Sr." foi essa a reação imediata. Comeu elegantemente, com uma delicadeza digna de um lord Dinamarques, figura que se escondia atras de roupas mal trapilhas e um chinelo de dedo esgarçado. Sim, o dia foi dele!!!
Abç a quem ler (sei que sao poucos) e aproveitem o dia.
A.O.