Outra vez vi o show do Red Hot Chilli Peppers na TV. Foi o show do Rock in Rio e, confesso, foi totalmente o oposto que eu havia imaginado. Em 2001 foi uma apresentação seca, sem volume, com nenhuma interação, e pior, menos de uma hora de show. Esse não, foi um tempo considerável, com clássicos e muitas, quase todas, as musicas do novo disco, que diga-se de passagem, o melhor lançamento do ano.
Mas venho aqui não para falar do show e sim de uma pequena parte que me fez relembrar alguns acontecimentos. Antes de tocarem um cover do Steve Wonder, Flea fez um solo de baixo com uma timbragem extraordinaria, uma técnica digna de Funkie Bass, alias o RHCP é a ultima banda que faz essa mescla muito bem feita, é a banda que me da orgulho em dizer que é de minha geração, assim como Nirvana.
Bom, o fato é, há um tempo atrás, se não me engano um ano, Leo Madeira e Marina Person fizeram um programa Top Dez onde criticavam os solos durante os shows. Fizeram um texto em cima do EGO dos músicos, dos quais os solos serviriam apenas para aparecerem e para mostrar o TANTO que eles sabem e dominam seus respectivos instrumentos.
Não bastando tamanha ignorância em rede nacional, terminaram o programa dizendo que o Solo de bateria era o mais insuportável, que solos de guitarra, sax e baixo tudo bem, mas bateria??? era o pior de todos e impossível de se escutar. Decepções a parte, finalizaram o programa com o solo de John Boham em "Moby Dick".
O que pensar da juventude que assiste esse canal? como estimular bons comportamentos criativos "bullinando" a própria criação individual? A partir do momento em que você tem um espaço importantíssimo no campo da comunicação, poderia ser pensado uma maneira de se estimular a criação, onde as crianças poderiam escutar seu argumento e serem aguçadas a conquistarem novos meios de criação. Ali, o que menos importa é a musicalidade.
Hoje nos deparamos com composições totalmente pobres harmonicamente, com DJs que sequer escutam as musicas antes de executadas em locais públicos e, sem comparações, não tem a curiosidade de procurar sons novos, pelo contrario, escutam nas rádios, baixam mp3, executando em seus CDJs de ultima geração.
Fico mais indignado é com a naturalidade que eles falam isso na TV. Quando criança eu esperava os solos para vibrar na musica, conhecia o bom e o mal instrumentista escutando seus solos (se isso é certo ou errado é outra historia), aprendia a escutar solos. assistia Furia Metal, Classicos MTV e Lado B.
Da-se ai a nova geração de músicos que podemos nos deparar daqui alguns anos, influenciados não por Sérgio Dias, Eric Clapton, Steve Harris, Ian Anderson, Egberto Gismonti, mas sim por Leos Madeiras, Marinas Persons, Didis, Beto Lees (que esta longe de ficar bom apesar do gene).
saudade de Fabio Massari e Gastão!
A.S.C.O.